terça-feira, 19 de julho de 2011

Taxas e o amadorismo.

Ontem domingo fui visitar um criador clandestino de pintassilgos, verdilhões e lugres mutados.

Conversamos muito sobre pássaros até que chegou a hora da pergunta sacramental. É sócio de algum clube de ornitologia desportiva? Sou mas vou deixar de ser por causa da cota federativa de 5 euros. Sinceramente fiquei um pouco confuso. Tentei entender melhor. De facto na opção deste criador, não faz sentido porque não participa em exposições. A despesa de ser sócio de um clube ter de pagar as cotas e pagar um suplemento para a federação para ele não tem contrapartida. Aqui neste caso perde o clube um sócio e a federação uma cota.

Outro aspecto foi o facto de não anilhar todas as aves nascidas em ambiente domestico. Chamei a atenção para o facto da anilha ser um elemento fundamental na identificação de cada ave. A razão evocada foi que as crias eram atiradas para fora dos ninhos, mesmo com as anilhas tapadas com fita. Aves não anilhadas não podem ser legalizadas mesmo que sejam mutações. O valor a pagar ao ICNB foi a razão evocada, no entanto mostrou casais de aves adquiridas de valor superior ao registo de criador.

A cobrança de taxas, cotas e outros emolumentos tem estas consequências. Oneram as actividades ditas amadoras. Quando um amador deita contas a vida tem de tomar algumas decisões. Não faz mais contas a vida e tem muito dinheiro para isso. Tem muito dinheiro mas quer continuar amador e corta nas taxas, cotas, jóias, emolumentos. Também pode continuar amador, paga as taxas, tachinhas e tachões, mas continua a fazer contas e passa a semi-profissional...

Ser um semi-profissional implica mais encargos, ter objectivos quantificáveis, ter conhecimentos técnicos, ser competitivo desportivamente e ter dinheiro para investir em aves, material, nutrição, visita ao veterinário, visitas a feiras e exposições...

Será que o amadorismo tem futuro?

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